Prendia o choro e aguava o bom do amor…

29 01 2013

‎”Você sonhava acordada, Um jeito de não sentir dor, Prendia o choro e aguava o bom do amor…” Cazuza

 

 

Se olhe no espelho e diga

Pra você mesma ouvir:

Engula o choro!

Engula o choro!

Olhe a sua volta

Veja o que ainda é bom!

Olhe, não julgue pouco.

Engula o choro e regue o amor.

Repita pra si mesma

O que te contaram na infância

Se amor existir

Ele pode murchar,

Pode até ressecar

Mas, ainda assim,

Sempre pode brotar

Renascer,

Como flores nas pedras,

E quiçá, talvez, até multiplicar.

Engula o choro

Ou regue o amor com suas lágrimas.





Ponto

28 10 2012

Sabe que eu

Mesmo sem saber

Quis te encontrar,

Fui ali te ver

E te dizer:

Venha pra ficar.

 

Sabe que eu

Fui te encontrar

E escolhi

Do teu lado estar,

Que me sorriu:

“Esse é o seu lugar”.

 

Sabe que

Que desde o início

Eu quis te tocar,

Te ver sorrir

Fez-me enfeitiçar,

Ancorar…

Nesse mar de amar.

 

Sabe que eu

Te vendo  Djavanear ,

Cantar Beiral

Pra me encantar,

Te digo sim…

És meu ponto final.

 

* A primeira cria de Manu Albuquerque e Erick Firmino.





Laço

21 10 2012

A cada dia

A cada passo

Mais confio

Mais me abro.

Em nossos nós

Me enlaço.





Boemia

11 10 2012

E a vida sorri,

Brinca comigo,

Me chuta,

Me colhe,

Me joga,

Me laça,

Me arrasta,

Me abraça,

Me beija,

Me ataca.

Ela me quer pra si,

A cada madrugada

E em cada amanhecer.

E eu me entrego:

Inteira!





Vazio

11 09 2012

 

Estranho o momento

Em que não entra o amor:

O amor não cabe

Falta o ar

Os olhos não fecham

Os temperos enjoam.

Pensa o corpo

Que a necessidade

É tão somente

Ter aquilo que não sabe

E no fundo

Só nos resta a dor.

 

 





VERSOS PARA UM AMOR

9 09 2012

Gosto

Quando seguras firme a minha mão,

E me puxa, “chegue aqui!”.

Gosto

Quando toca o seu violão

Quando ri e me belisca.

Gosto

Quando puxa o chapéu e me excita

Piscando esse olho apertadinho.

Gosto

Quando arrisca

Dizer o que gosta em mim.

Gosto de você em meu caminho.





Mira

1 09 2012

Sobre  ti

Sou soberana.

Impera no teu olhar

O brilho da minha pupila.

Mira!





Arrodeio

15 08 2012

Beijo

Sorrisos

Mãos

Toque

Tato

Pouco a pouco

Passo a passo

Laço.





Inebriada

10 12 2011

Depois desses dias rápidos e agitados para mim, paro, respiro, transmito.

Inebriada. É como me sinto depois da Exposição Véu em Solo.

Eu, que vivo entre dois mundos, numa terra onde culturalmente muito se cria e pouco se valoriza e incentiva, entre o criar – escrever, poetizar, expressar minha sensibilidade em telas ou palavras e o criar – edifícios,  não os que estão nos meus sonhos (estes são arte pura) mas os que os empreendedores exigem, cheios de não pode, não cabe, e o menos conforto é mais dinheiro – estou, enfim, realizada.

Aquele sentimento de plenitude, tão sonhado, me foi proporcionado por essa experiência de estar com pessoas, artistas e profissionais, criativos, dispostos, objetivos. Vivenciar a produção, conhecer a mágica dos lugares, a história das pessoas, a construção da poesia na mistura dos figurinos de alta costura com os espinhos dos sodoros*…

Conceber, produzir, realizar, divulgar, dentro de um mês um projeto como esse e fazê-lo ser paupável, reconhecido, elogiado.

Vimos no Vernissage uma moça aos prantos de emoção ao fim da exposição em Natal, captando memórias de seu passado talvez, ou quem sabe, reconhecendo um sonho que está no meio de sua construção.

Para mim, que recebi a missão de escrever um texto/verso para cada imagem expressando-as com palavras e meus sentimentos, me vi nestes 30 dias, no silêncio do meu quarto, mergulhada entre trezentas imagens de vida, sofrimento, decepções, sonhos e esperança, entre palavras, rimas e lágrimas.

Vivi a biografia de uma mulher que não existe e ao mesmo tempo a de muitas mulheres em uma só. Uma mãe que perdeu seu filho na mata, uma jovem independente que se liberta em meio de uma família de homens, o florescer de uma paixão, a presença da fé, a necessidade de buscar água entre raízes ou carregá-la em latas dáguas por estradas sem fim, as tarefas corriqueiras do dia à dia, a liberdade e a coragem.

A exposição foi um sucesso, o Coletivo Solares está feliz com o primeiro resultado e eu, ainda estou no sonho dessa mulher que me proporcionou um autoconhecimento tão necessário.

#FELIZ!

*Sodoro é um tipo de cacto, comum em Lajes.

www.facebook.com/ColetivoSolares
(84) 3212-1655 | coletivosolares@gmail.com

A Coragem
A Coragem – Foto de Flávio Aquino




Algodão

6 12 2011

 

{Flores de algodão…

Vi nascer

Da madrugada

Finas, delicadas

Leves, alvas, cálidas

Buquê do Sertão… }

Manu Albuquerque

Foto: Civone Medeiros